domingo, 21 de fevereiro de 2010

Duas faces de um herói... Graças à uma má adaptação...

Atenção: SPOILERS. Se não tiver visto/lido PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS: O LADRÃO DE RAIOS, pare exatamente onde você está.




Revolta. Isso resume como me sinto.

Já era de se esperar que o filme não superasse o livro, como sempre. Nem ao menos me lembro de algum momento na história do cinema que o filme tivesse superado o livro. Fato. Mas estragar completamente a fantástica história que Rick Riordan escreveu tirando personagens importantes e acrescentando personagens inúteis não é justo.

Sim, Chris Columbus merece morrer.

O destruidor de Percy Jackson
Mesmo depois de DOIS Harry Potter estragados pelo próprio Columbus, eu ainda tinha esperança com Percy Jackson, mas no final das contas, ficou concretizado meu ódio por esse diretor. Não que ele seja um mal diretor, do contrário, até que o filme ficou muito bem elaborado, mas para adaptações de livros, eu nunca mais apostarei neste homem.

Vamos por partes.


O fantástico livro de Rick Riordan


Percy Jackson do livro
Percy Jackson do filme

Primeiro: no livro Percy é um menino de 12 anos, que já havia passado por 5 escolas diferentes, e estava na sexta. Tem como melhor amigo um menino estranho já com barba, aleijado e tímido chamado Grover. Vive com a mãe na Nova York atual e nunca conheceu o pai por motivos que a mãe não revela. Do nada, descobre que seu pai é um Deus grego, sendo ele - Percy - um semi-deus. Ele vê seu mundo virado de cabeça para baixo ao descobrir que seu melhor amigo é na verdade um sátiro, e está incubido de protegê-lo de todo o mal. Seu professor preferido na escola revela-se um centauro, e não qualquer centauro, mas sim Chiron (lê-se CÁIRON), o famoso centauro que treinou semi-deuses, dentre eles Hércules.
Percy vê-se confrontando minotauros, Fúrias e outras bizarrices, até chegar ao Acampamento Meio-Sangue, onde conhece a menina afobada, metida e muito esperta chamada Annabeth Chase. Daí o enredo se desenrola em torno do Ladrão de Raios, que roubou o grão-raio de Zeus, sendo que todos pensam que esse ladrão é o Percy, e ele - Percy - tem que sair numa fantástica aventura para provar à todos, inclusive Zeus, que ele não é o Ladrão. Grover e Annabeth decidem ajudá-lo, como bons amigos que se tornam, e Percy finalmente descobre qual Deus grego é seu pai.
Percy mostra-se muito familiar com a água, conseguindo até curar-se através dela e assim é revelado que seu pai é Possêidon, o rei dos mares e cavalos. E Possêidon resolve assumir Percy como filho, mesmo que isso seja contra as regras, uma vez que Zeus estava descontente com a aproximação dos deuses com seus filhos mortais lançando, assim, uma maldição sobre todos eles, fazendo com que nenhum deus tivesse contato com seu filho.
Então, o trio entra numa aventura perigosa, sem nem ao menos saberem se voltarão vivos de lá, incluindo o fato que eles têm que ir até o Tártaro, ou Mundo dos Mortos, ou Reino de Hades, como queira.

No filme, Percy é um jovem de 17 anos, bem resolvido, determinado, e que aceita muito bem a idéia de ser um semi-deus. Grover é um sátiro tarado e malandro (ainda mais com a dublagem carioca). Annabeth é uma chatonilda que aparece com inimiga de Percy desde o começo, sendo melhor que ele em quase tudo e ainda por cima, já gostando dele ("Eu definitivamente tenho sentimentos por você. Só não decidi ainda se são positivos ou negativos" - fala de Annabeth no filme), o que é estranho, uma vez que na cena eles estavam brigando e não havia nem cinco minutos que Percy tinha conhecido ela.

Segundo: bem, deu pra engolir o filme até a metade. Quando Perséfone apareceu e Ares não, eu desconfiei. Quando a mãe do Percy sai do Tártaro sã e salva, deixando Grover para trás para ser assediado e tarado por Perséfone, foi o cúmulo. Desse ponto em diante, num preciso nem dizer que foi tudo uma tragédia. Nada mais compatia com o livro.


Rosario Dawson como Perséfone

Terceiro: muitos (pra não dizer TODOS) efeitos visuais lembravam Harry Potter. Jogadas de câmera, closes... Parecia que Chris Columbus queria o seu próprio Harry Potter.

Obrigada Chis Columbus por estragar Percy Jackson.

As únicas coisas positivos foram as encenações do incrível elenco.

Logan Lindo Lerman

Logan Lerman, escolhido para ser o herói, encaixou-se direito no papel. Não é culpa dele que tenham mudado a personalidade do personagem, ele só estava ali representando. E representando muito bem, devo dizer. Para quem não conhece, esse jovem californiano de 18 anos já encenou com Mel Gibson (duas vezes: O Patriota, como um dos filhos do personagem de Mel; Do que as mulheres gostam, como o próprio Mel criança), Jim Carrey (23, como o Jim mais novo), e claro, seu papel mais conhecido no seriado Jack & Bobby, onde ele fez Bobby McCallister, um dos cotados para ser presidente dos E.U.A. quando criança, além de outros personagens e filmes.
Logan (que sim, recebeu esse nome por causa do personagem de X-Men, Logan "Wolverine") foi uma escolha perfeita para fazer o Percy. Entendo o motivo de quererem um Percy mais velho, afinal, a saga de Percy Jackson e Os Olimpianos não termina por aí, há mais 4 livros, e assim, colocando Percy como um menino de 12 anos seria como reviver, literalmente, Harry Potter. Já não obstante às comparações que já fizeram.

Logan fez um Percy impulsivo, determinado, confiante, inteligente e estupidamente corajoso.

Perfeito.


Alexandra Daddario como ela mesma e como Annabeth Chase

Alexandra Daddario fez uma Annabeth de um jeito mais que perfeito. Claro, fugiu da personagem, mas assim como o Logan, ela não teve culpa. Só estava representando também. Mas, sinceramente, gostei mais da Annabeth do filme, apesar que no livro ela parece ser mais inteligente e mais filha de Athena. Alex, como é chamada pelos amigos, não tem muito do seu rostinho por filmes de Hollywood, mas por seriados, como Law & Order e Nurse Jackie. E apesar de ser muito mais velha que a Annabeth (supostamente, Annabeth tem 18, enquanto que a Alex tem 23), ela tem essa carinha de novinha, o que deu pra salvar um pouco. Além disso, ela fez o que eu chamo de "verdadeiramente atuar". Não vi a Alexandra Daddario durante todo o filme, mas só a Annabeth Chase. Fantástica.

Alexandra fez uma Annabeth determinada, corajosa, inteligente, boa de briga (principalmente com espadas) e séria.

Perfeita.


Brandon T. Jackson como ele mesmo e como Grover

Bradon T. Jackson foi uma escolha sábia para Grover. Agora não consigo pensar em mais ninguém pra ser o Grover além dele (mesmo que o Grover no original seja branco e ruivo). Também não é culpa dele que mudaram o personagem e a personalidade. Simplesmente A-D-O-R-E-I o Grover do filme, apesar de ser tarado e estupidamente impulsivo. Bradon T. Jackson se mostrou um ator formidável. Podemos ver ele em Big Stan e Fast & Furious 4 (mesmo que rapidamente neste último). Também participou de vários seriados como sua amiga de elenco Alexandra. Com seu jeitinho sincero, amigo e tarado acabou me conquistando como Grover. Além disso, o Grover do Bradon era a comédia do filme. Sem ele, seria um drama bem mal feito.

Bradon fez um Grover impulsivo, meio irresponsável (em comparação com livro, MUITO irresponsável), interesseiro e estupidamente tarado.

Perfeito.


Uma Thurman como Medusa (já morta, por sinal) e Pierce Brosnan como Chiron


Melinda Kanakaredes como Athena, Sean Bean como Zeus e Kevin McKidd como Possêidon

Claro, tirando os personagens secundários. Sinceramente, esse elenco foi um dos poucos que me agradaram em adaptações. Os atores e atrizes escolhidos para os personagens se encaixaram tão perfeitamente bem que foi a única salvação do filme, já que o roteiro estava completamente estragado.

Um filme com efeitos que lembram outro, com o diretor deste outro, com uma adaptação que deixa a desejar, mas com um elenco que QUASE cobre tudo isso.

Espero que Chris Columbus desista de adaptações. Se tiver o segundo de Percy, eu voto em Chris Weiz (já declarado um dos meus favoritos em adaptações anteriormente aqui no blog). Esse sim sabe como fazer uma boa adaptação de livro infanto-juvenil.


Veremos.

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